segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Opinião - O caso Eloá

O caso Eloá, me trouxe de volta os erros já cometidos pela imprensa em outros casos. Além da polícia despreparada de São Paulo, do Brasil inteiro, culpo a mídia sim pela estandardização do problema. O que Lindeberg fez não tem perdão, mas este caso tomou proporções muito maiores pela cobertura desenfreada da imprensa brasileira.

Casos como este já veio à tona em outras épocas. Na década de 90, um dos exemplos clássicos aconteceu com o ex-presidente Fernando Collor, onde a imprensa se aproveitou da corrupção para ridicularizar o político da forma mais brutal possível. Até dizer que o cara aplicava cocaína com supositório no ânus foi falado. O que Fernando Collor, expulso do poder fez com o povo brasileiro, também não merece perdão, mas querer vender notícia a partir de fatos que fogem ao assunto em questão é minimamente vergonhoso.

Quando a imprensa descobriu que um jovem ciumento, o Lindemberg pegou uma arma e segurou a ex-namorada em seu apartamento em Santo André, foram chuvas de informações sem sentido. Volto a afirmar que o resultado deste seqüestro seria outro, caso Lindemberg não se sentisse tão acuado, tão pressionado e se sentindo a nova celebridade brasileira. Eu não tenho bola de cristal para prever nada, mas o que poderia ser apenas uma ameaça, uma ceninha de um cara desequilibrado por conta da dor de cotovelo, se tornou numa tragédia.

O cúmulo desta série de erros jornalísticos foi Sônia Abrão colocar o garoto para falar ao vivo do cativeiro pelo seu celular no programa dela.

Com tudo isso, a polícia já estava se sentindo ridicularizada, pois o caso já tinha virado uma novela e estavam na obrigação de “dar um jeito” neste seqüestro. O resultado foi uma invasão despreparada, sem o mínimo planejamento, que resultou em tiros para todos os lados.

Que o Brasil é fraco em tecnologia, todo mundo já sabe, mas um vizinho de Eloá disse que os policiais do Gate colocaram um copo na parede para escutar as conversas do outro lado. Esta cena remeteu as brincadeiras da minha infância, chega a ser engraçado.

O seqüestro acabou com a morte de Eloá e sua amiga (refém libertada que voltou a ser refém) ferida e Lindemberg arrebentado pelos policias e agora preso. Só que este caso gerou outro, descobriu-se que o pai da garota é assassino e foragido da polícia, sopa no mel para os urubus que vivem daquele produto à venda nas bancas de jornais.

Veiculam-se todos os dias, “notícias” da vida pessoal da família. Já não basta o sofrimento da mãe que perdeu a filha adolescente, agora acusam a mesma mãe de ter tido um caso com o enteado, do filho ser de outro pai, da educação errada que a família deu a garota e assim por diante. O caso já está esfriando, logo ninguém mais lembrará, além desta família, já desestruturada. É uma pena. Não quero me sentir parte disso.
* Milena Brasil

sábado, 27 de setembro de 2008

Faculdade da Cidade oferece serviços gratuitos para a comunidade

Inclusão social é meta na Faculdade da Cidade do Salvador, e para antecipar as comemorações do Dia da Responsabilidade Social, acontece amanhã (27), na Praça da Inglaterra e no Edifício Nobre da Faculdade, no Comércio, uma grande programação com atividades educativas e culturais, gratuitas para a comunidade. O evento será de 9h às 15h.
Durante o Dia da Responsabilidade Social, a Instituição de Ensino oferece à comunidade, palestras, orientações jurídicas, oficinas de dança, pintura, bijuterias e reciclagem, bazar de escambo, consultoria em moda, cartilhas educativas, aferição de pressão arterial, teste de glicemia, massoterapia, podólogo, dentista, corte de cabelo, entre outros.
O visitante vai contar também, com apresentações de teatro, música, vídeos educativos, ginástica laboral, Festival Gastronômico, cadastramento para vagas de emprego, senhas para segunda via gratuita de documentos e uma brinquedoteca para fazer a diversão das crianças.
O Dia da Responsabilidade Social é promovido pela Faculdade da Cidade em parceria com o Serviço Municipal de Intermediação de Mão de Obra (SIMM), Embasa, Secretaria de Segurança Pública e SESI.
Veja a programação completa no endereço abaixo:
Milena Brasil

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Incenso

Eu realmente não queria tocar fogo na casa e morrer queimado por culpa de um simples incenso. Minha mãe fala isso todo dia, e juro que tenho um certo medo só porque ela fala. Na verdade ela odeia incenso, mas isso não foi sempre, houve uma época em que ela curtia e até achava cheirosinho. O motivo pelo qual ela não curte mais eu até que sei, mas acho que ela não deveria culpar o pobre incenso.
Se caso eu realmente tocasse fogo na casa, não seria culpa da merda do incenso e sim do acaso, pois o acaso não submete-se a uma regra lógica, reta, sóbria. Se a casa pegou fogo era porque tinha que pegar e se não fosse o incenso o causador, seria o DVD que ela insiste em tirar da tomada toda hora, sob alegação de gastar energia.
Ok, o Dvd na função "stand by" gasta uma pequena quantidade de energia, mas nada perto ao que se está gastando nesse exato momento com tudo ligado ao mesmo tempo, TV, computador, lâmpadas etc. Nada disso tem tanta importância porque apegar-se nas bobagens é mais legal, enche mais o saco do sujeito que já vive sem saco.

ACÁCIA: Estimula a vitalidade física e a autoconfiança. ALECRIM: Revigorante, proporciona boa saúde.ALFAZEMA: Equilibra as emoções e dá força interior.ALMÍSCAR: Direciona a vontade. Afrodisíaco. AMBAR: Aprimora a sensualidade; Combate à ansiedade.ANIZ: Prosperidade. Afrodisíaco.ARRUDA: Segurança e proteção.BAUNILHA: Energia construtiva. BENJOIN: Desperta a sensibilidade, estimula fé e esperança.CAFÉ: Estimulante, Limpeza.CAMOMILA: Harmonia, Paz, tranqüilidade, sorte. CANELA: Combate à agressividade. Chama dinheiro.CÂNFORA: Contra depressão, debilidade, insônia. CAPIM CHEIROSO: Sorte nos negócios. Chama freguês.CEDRO: Tira o baixo astral, contra negativismo. Afasta o mal.CHOCOLATE: Restaurador de energia, estimulante.CITRONELLA: Repelente.CÔCO: Prosperidade.CRAVO: Afasta sensações de medo; atrai harmonia e vigor. Chama freguês.DAMA DA NOITE: Atração, afeto, atrai o amor. ERVA CIDREIRA: Relaxante.ERVA DOCE: Atração-ProsperidadeESPIRITUAL: Para a elevação das vibrações em locais de meditação.EUCALIPTO: Para sanear e equilibrar as energias do ambiente. FLOR DO CAMPO: Harmonia com a natureza.FLOR DE LARANJEIRA: Alivia a tensões nervosas, auxilia no repouso e sono.FLOR DE LOTUS: Para a expansão da consciência. Superar lembranças negativas.GUINÉ: Contra inveja, mau olhado e olho grande.HORTELÃ: Afasta vibrações negativas.JASMIM: Aumenta a resistência física, combate o Stress. LAVANDA: Abre Caminho.LÍRIO: Afeto, carinho, proteção e sorte.MAÇÃ VERDE: Harmonia, ambiente cheio de paz.MADEIRA DO ORIENTE: Harmonia, dinheiro e amor.MEL: Prosperidade.MIL FLORES: Tira cargas negativas do ambiente.MIRRA: Estimula a intuição. Equilibra os centros psíquicos.MORANGO: Poder amoroso.NOZ MOSCADA: Prosperidade.ÓPIUM: Estimulante, traz compreensão. ORQUÍDEA: Persistência.PATCHOULY: Desenvolve o autocontrole e a objetividade.PÊSSEGO: Energiza o ambiente, traz bons fluídos.PITANGA: Chama dinheiro.RAÍZES: Firmeza, segurança, proteção. RITUAL: Limpeza de ambientes. Anula pensamentos negativos.ROSA: Traz tranqüilidade e lucidez. Estimula romance e afeto.SÂNDALO: Purificador do corpo e da alma. VERBENA: Conforta nos estados de depressão. Ligado à fertilidade feminina.VETIVER: Estimula a circulação dos fluídos vitais. Amparo espiritual.VIOLETA: Elimina efeitos maléficos. Dá auto-estima.YLANG YLANG: Afrodisíaco.
*Leonardo Parente

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Jack Kerouac X Luis Carlos Maciel

*Leonardo Parente

Interessante como é bom escrever sobre improdutividade criativa, significa o quanto você está com vontade de voltar a escrever por livre e espontânea vontade. Atualmente estou estagiando em uma assessoria de comunicação, numa ótima empresa, com um salário justo. Estou acabando o semestre, ano que vem formalizo o carma de ser “periodista”.


Tempo tomado e muita preguiça criativa, leitura lenta de dois livros: Negócio Seguinte de Luiz Carlos Marciel e On The Road de Jack Kerouac, um dos livros e de reportagens e entrevistas, o outro literatura “junkie”. Confesso que fico com o “contraculturísta brasuca”. Acho que as histórias da contracultura, são melhores quando contadas, biografada, pelo menos em relação a On The Road. Estou na metade e preciso dizer que não estou amando, creio que terei que ler novamente para tirar a prova dos nove, mas não me engano, nunca consegui ler mais uma vez um livro que não curti.

Tenho a segunda edição de Negócio Seguinte que comprei no sebo do argentino da Berinjela, ali perto do Elevador Lacerda, a coletânea foi lançada em 1982 pela Codecri. Ele está todo fodido, soltando as páginas, na primeira está escrito PT 3A, 28/12/1983, certamente a data que alguém comprou ou ganhou. O livro foi mais um da coleção do Pasquim. Entrevistas do caralho como as dos Novos Baianos e a de Glauber Rocha, nos fazem ler do início ao fim.

On The Road de um todo não é ruim, pelo contrário é bom, só que eu não posso dizer que seja algo que mudou a minha vida, o título pé na estrada me chamou mais a atenção do que a idéia de ser um bíblia dos jovens dos anos 60, isso porque tenho o sangue mochileiro, e nessa questão Sal Paradise e Dean Moriaty, personagens principais decepcionam um pouco, pelo menos a mim, a forma americana de ser mochileiro não me agradou.

Assim que acabar de ler um dos dois, certamente lerei algo de Júlio Verne, sempre colocando muita aventura nos seus textos e alguma barreira que o personagem precisa ultrapassar, isso me instiga, na minha opinião, Verne é o melhor mochileiro que já existiu.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Os malucos mais beleza que já conheci

Um homem de comportamento estranho sentou ao meu lado no caminho para casa. Durante o percurso, o homem de pele negra fazia movimentos alternados. Ora puxava os fios do seu cabelo crespo, ora alisava os pelos da sua barbicha já grisalha que restava no queixo. Durante essa oscilação, o homem não parava de abrir e fechar a boca continuamente. Era como se dissesse bababá, sem que se ouvisse os sons, apenas batia o lábio inferior com o superior.

Olhei para ele querendo entender o que fazia, mas com a mão na cabeça, puxando os fios crespos, me olhou e sorriu, com um sorriso demente. Retribui do mesmo modo, com um o sorriso demente.

Essa imagem me remeteu boas lembranças, de períodos que eu vivi rodeada de malucos - devidamente comprovados. Lembrei de alguns loucos que passaram por minha vida e o primeiro, pela ordem cronológica chama-se Jane.

Mesmo com nome feminino, Jane era homem - pelo menos era o que parecia. Jane amedrontava todas as criancinhas de Coqueiros, município de Maragogipe, no recôncavo baiano. Lembro, das férias em Coqueiros e do jeito agressivo de Jane, tão atrapalhado das idéias... O grande problema de Jane era porque atirava pedra nas pessoas.

A segunda experiência manicômica, por assim dizer foi com Nalvinha. Tornei-me amiga dela quando eu tinha 13 anos. Todos a enxotavam e a minha missão todas as manhãs, era levar café preto com pão para ela, que dormia no chão de um bar na frente da minha antiga casa. Consegui entender um pouco de Nalvinha e ela me disse que sua melhor amiga fez macumba para ela perder as idéias e deixar o caminho livre para a traíra roubar seu marido. Nalvinha era uma mulher de corpo suntuoso e com uma inteligência roubada. Me afastei de Nalvinha, num dia em que estava com o juízo nos pés. Em um ataque de fúria, ela se levantou e esmurrou uma amiga que estava ao meu lado, sem motivo algum. Foi uma das primeiras grandes decepções que eu tive com alguém.

Luiz Carlos, mais conhecido como Linho. Linho era o típico louco que te olhava com olhar de maníaco e ria um sorriso apavorante. Puxava também fiapos do cabelo e apertava o queixo e batia a boca. Ainda assim, passei muito tempo conversando com Linho. Descobri que ele ficou louco porque tentou vender suas composições musicais nas rádios e foi barrado pela censura, pois se tratava de letras obscenas. Realmente achava na época que suas músicas não fariam sucesso algum, mas nunca disse isso para ele. Linho pirou. De vez em quando sumia e suas irmãs me diziam que ele estava no hospício. Numa dessas idas, ele não voltou mais. Linho morreu com o sonho de vender músicas, mas foi até bom assim, pois se ouvisse as atuais composições entraria em parafuso de vez.

Por fim Rubinho, um ex-trabalhador do pólo petroquímico, um homem inteligente, endoidou de tanto beber na intenção da sua mulher que fugiu com outro. A dor de corno foi tanta que Rubens estava invariavelmente bêbado. Ele tinha uma mania azucrinante de ranger os dentes, mas mesmo assim, eu gostava do seu papo. Rubens emitia opinião sobre qualquer assunto. Sabia de tudo que estava acontecendo da política até sobre o mais novo feito científico. Mas soube esses dias que Rubinho morreu de tanto apanhar.
Nunca quis ser psiquiatra, não consegui ao menos terminar o Alienista de Machado de Assis, mas sempre me senti atraída por essas pessoas. É uma pena, não ter mais acesso com facilidade a um doido devidamente comprovado, mesmo estando rodeada de gente que falta pouco para comer bosta.
* Milena Brasil

quarta-feira, 25 de julho de 2007

20 de julho de 2007, o dia em que Salvador ficou livre!

Foto: Capturada da TV




Ó Tuninho,
tu não fazes falta alguma.
A Bahia agora é livre,
medo que antes pairava,
agora não mais nos importuna.

Tua cabeça branca.
Teu andar de pato.
A tua maldade explícita,
espanta.

Tu es o vingador de Caverna do Dragão.
Tu es Brutos de Popeye.
Jasom.
Fred Kruguer.
Regan.
Hitler.

O teu sarcasmo ficará imaculado.
Besta derrotada.

Leonardo Parente

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Da agenda setting para a rádio novela

Os temas propostos pela agenda setting estão cada vez mais chulos. Para início de conversa, não da mais para perder tempo discutindo com alguém diferente de você. Isso se tornou deprimente porque os assuntos que a mídia oferece estão batidos demais, não há mais inovações. As pessoas repetem o que ouvem e nada é mais novo. A bola da vez é o caos nos aeroportos brasileiros. A mesma revolta dos passageiros que não tem outro meio de transporte que não sejam os aviões domésticos, virou a novela das oito.


Piadinhas sobre a última garfe que Lula cometeu, o governo ditatorial de Hugo Chavez, a grife da calcinha da nova celebridade em questão, queda do dólar, alta dos juros, conselho de ética que não é ético, morte e vida de ACM e o mundo de Valentina. Seria isso o Show de Truman 2? Sinceramente não da para comentar sobre isso. Até que é legal a opção das empresas se tornarem ecologicamente corretas, mas não consigo compreender a boa intenção das organizações, sempre sinto o cheiro de sujeira no ar.

Os temas mais pautados aos domingos são sobre o meio ambiente. Mas, as pessoas estão com um pouco de saco cheio e preferem não se importar com isso agora. A agenda às vezes não consegue ditar para sua audiência sobre o que é bom falar, o que é legal conversar nas mesas de bar. Os jornais estão sendo formatados para atender a um público sem tempo, que gosta de muita imagem, textos pequenos e títulos grandes, isso é preocupante!

Já foi o tempo em que eu achava graça nas piadinhas do casseta e planeta. Acabou a graça e ninguém consegue perceber isso. Vou voltar para a rádio novela, só que digitalizada. Poderia ser um regresso, mas isso me remete a algo bom, a um passado do qual eu não fiz parte. A realidade era o que cada um queria imaginar. A imagem se fazia de formas diferentes, mentes livres para imaginar o que quiser. Quando acabar vou ler meu mais recente livro de Fante, uma ótima opção para mim, para os meus dias de férias acadêmicas.




*Milena Brasil